Este blog é uma ferramenta indispensável para divulgar meu trabalho e para um enriquecimento dos que se dedicam a pesquisa em educação.

Usem sempre quando precisarem e, quando citarem é necessário que seja mencionado:
OLIVEIRA, Michele Pereira. www.educacaoeinclusao.blogspot.com
Obrigada, e estou a disposição sempre que necessário nos endereços de e-mail indicados.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

INTEGRAÇÃO X INCLUSÃO! EIS A QUESTÃO!


Ao citarmos inclusão e levantarmos essa bandeira, devemos nos atentar para questões que são pertinentes e importantes quanto ao tema.
Inclusão de crianças portadoras de deficiência ou com dificuldade de aprendizagem, ou com qualquer outra “particularidade” que as diferencie das outras crianças, têm seus direitos à inclusão, devem freqüentar escolas regulares e não mais escolas especiais que também são segregadoras.
Quando citamos uma criança especial, devemos analisá-la como um todo, inclusive suas potencialidades, suas necessidades, seus sonhos, seus anseios e toda sua esperança por uma vida igual em direitos, uma vez que é igual em obrigações.
Incluir ao pé da letra é adicionar, é manter todos no mesmo espaço, entretanto integrar tem um peso muito maior que apensas incluir.
Integrar é preocupar-se verdadeiramente com essas crianças, é querer e proporcionar a elas o mesmo crescimento, por mais que tenha limitações.
Integrar é proporcionar as mesmas oportunidades, é trabalhar a aceitação, o não pré-conceito, porque nós professores diante de todas as dificuldades da profissão também temos nossa carga de pré-conceitos, de pré-julgamentos, que aniquila nossas ações, nossa prática, e nos projeta uma incapacidade sem que saibamos e conheçamos nossas capacidades.
Ao encontrarmos uma criança especial, porque são especiais, e também deve ser assim qualificada nossa prática docente com relação a elas, nos defrontamos imediatamente com medos, angústias, sentimento de impotência, de incapacidade, e nesse turbilhão de sensações negativas, não nos damos a oportunidade de aprender com elas diariamente.
Não conseguimos sequer enxergar a grande lição de vida que se nos apresenta ali naquele instante.
Não conseguimos, muitas vezes sequer nos doar um pouco. Nosso pré-julgamento vêm a frente com respostas prontas:
Não vou dar conta! Não queria uma criança assim em minha classe! Como vou lidar com as dificuldades? Não posso atrapalhar o rendimento da turma! Não sou qualificado! Não esperava por isso!
Essas questões se antepõem em nosso inconsciente, e não nos damos a chance de aprender com essa nova experiência de vida.
O pior, somos espelho para nossos alunos! E, em uma recusa nossa em nos doarmos, conseqüentemente, grande parte dos alunos envolvidos no processo tornar-se-ão tão insensíveis quanto nós!
Precisamos integrar e harmonizar, despertar em nossos alunos o respeito para com seu colega, despertar nele o sentimento de colaboração de ajuda mútua e muito mais que isso, vivenciar cada experiência e aprender a cada instante com a diferença.
Essas crianças têm muito a nos ensinar, seus exemplos de vida, de superação, de força, de garra, e de vitória, deve ser nosso espelho, porque superação e vencedores são as melhores palavras para qualificá-los, e a melhor qualidade de um ser humano.
Vamos levantar essa bandeira, e nos dar a chance da integração, mas de uma integração verdadeira! Com todos os obstáculos, com todas as diferenças, com todos os limites, e vamos crescer juntos, porque ensinar e aprender é e sempre será uma troca, a maior da vida humana..

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

AVALIAÇÃO DE CRIANÇAS ESPECIAIS





Em primeiro momento ao lançarmos uma avaliação a qualquer aluno nosso, devemos primeiro avaliar nossas formas de avaliar.
Todas as crianças têm seus limites de aprendizagem, isso deve ser levado em consideração nas nossas práticas pedagógicas, na nossa rotina de sala de aula.
Avaliar é, entretanto, uma tarefa complexa, e que não se restringe apenas à ação de dar provas e analisar quantitativamente resultados a cerca do aproveitamento escolar.
Em uma avaliação, na realidade obtemos dois resultados
- o rendimento dos nossos alunos, a assimilação da matéria dada, suas dificuldades e suas aptidões.
- o nosso desempenho, nossa prática docente enquanto professores.
Avaliar, requer conhecimento e domínio.
Dominar o conteúdo, conhecer cada aluno e o conjunto.
Conhecer cada aluno em suas singularidades, o que quer dizer, conhecer suas dificuldades em aprender, seus problemas que podem interferir diretamente na qualidade desse aprendizado, suas aptidões, para melhor adaptarmos nossa prática docente e conseqüentemente nossa forma de avaliar.
Educar, não é tão somente educar uma turma, é educar individualmente, uma vez que todos são capazes de aprender, e têm esse direito.
É a partir do entendimento de cada aluno como um todo, e não do todo como um aluno apenas que conseguiremos atingir nossos objetivos.
Cada aluno tem suas particularidades, e nesse contato que deve ser olho no olho, direto, que descobriremos a melhor forma de avaliar.
Acho importante ressaltar que cada um tem seu tempo, sua maturidade, seus limites, suas condições, mas podemos sim, despertar esse encantamento em nossos alunos! e mais que isso, levá-los a deslumbrante viagem ao conhecimento.
É possível, poderemos sim achar sempre um caminho, e diante de alunos especiais devemos conhecê-los bem e conhecer seus limites, uma vez que se desrespeitarmos essa fronteira, certamente só conseguiremos nossa frustração quanto a nossa prática, e possivelmente, essa criança estará fadada ao insucesso em sua vida escolar.
Não podemos cobrar além de suas capacidades, jamais! Devemos nos adaptar, trabalhar nosso conhecimento, vencer nossos pré-conceitos, e aceitar limites.
Cada aluno é um!
Conhecendo cada um em suas potencialidades e em suas dificuldades todo o nosso trabalho tornar-se-á muito mais fácil e fluirá sem cobrança.
Avaliar uma criança especial requer uma avaliação especial que caiba no seu desenvolvimento, que seja compatível com o que essa criança aprende, uma vez que para cumprirmos formalidades precisamos avaliar quantitativamente.
Devemos criar um quadro avaliativo, levando em conta toda a rotina escolar dessa criança e avaliar mínimos progressos, uma vez que são progressos.
Se a criança não se adequar, ou não for capaz de acompanhar a avaliação usualmente dada ao resto da turma, que troquemos sua forma de ser avaliada, que nos adeqüemos à forma diferente de aprender dessa criança, mas que avaliemos conscientemente de que cada progresso contribuirá por menor que seja para o crescimento intelectual e para a autonomia dessa criança.
E, nossa grande recompensa será um sorriso no rosto dessas crianças ao verem que são capazes.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

PROFESSOR: PROFISSÃO X MISSÃO




Essa é minha homenagem a todos os que se dedicam à arte da educação! Parabéns professores pelo nosso dia.


Como podemos avaliar nossa escolha profissional?
Ser professor, escolher a docência como profissão vai além de apenas decidirmos por um caminho.
Tantos são os percalços e os desafios que nos acompanharão pelas longas jornadas de trabalho.
Passamos por décadas áureas, quando éramos considerados autoridades, e ser professor era indiscutivelmente um indicativo de status e respeitabilidade.
Os professores tinham esse respaldo, e as mulheres só sonhavam com uma carreira na educação.
Pais e alunos respeitavam o profissional que ali estava pronto para ensinar com dedicação total, amor e consciência de seus valores. Nessa época, a família se comprometia com a vida das crianças nas escolas.
Hoje nos deparamos com a inversão de valores.
Não se respeitam mais o dever do professor, nem tão pouco sua profissão, seus ensinamentos e sua função social.
Os professores por sua vez, precisam laborar longas jornadas de trabalho, precisam enfrentar o desrespeito e a desvalorização da profissão, assédios morais porque falta de condições dignas de trabalho, violência física por parte de alunos e pais, baixos salários, tempo integral de trabalho, cansaço, esgotamento físico e emocional, stress, falta de tempo para se dedicar a família e acompanhar o crescimento dos filhos, falta de comprometimento dos pais com a educação de seus filhos, uma vez que esses entregam toda a responsabilidade pela educação deles nas mãos da escola que imediatamente a transferem para o professor, baixos salários, insuficiência de materiais didáticos que atendam suas necessidades profissionais e educacionais de seus alunos, tudo isso configura em assédio moral.
E, como conviver com isso?
Grande número de profissionais da educação, bons professores estão se afastando da educação. Ora pela violência, ora pelas baixas condições de trabalho, ora pelo assédio moral, ora pelo esgotamento físico e emocional e ainda complementação, os baixos salários são pouco compensatórios e desestimulantes.
Mas, ainda diante desses desafios e percalços temos grandes exemplos que nos devem servir de espelho.
Devemos sim, nos espelhar nesses guerreiros, que muitas vezes lutam solitariamente em busca de suas idéias e em função dessa missão que abraçam com garra e bravura.
Esses professores que superam tudo e se entregam à educação sem se renderem a todos os contratempos merecem nosso respeito.
É de profissionais como esses, que nosso país precisa para formar cidadãos conscientes, humanizados, críticos, autônomos e capazes, porque essa deve ser a grande missão do professor, colher as espigas douradas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ensinar com afeto


Em todas as relações humanas estão presentes relações de afeto, de construção, de re-significação, de aprendizagem, portanto, toda relação humana deve partir necessariamente de um ato de troca.
Devemos levar em conta que o ato da troca estará sempre permeado por afeto.
Verbalizando afeto, temos: o afeto que nos preenche, que nos motiva, alavanca e nos lança a uma construção subjetiva, a uma re-significação e edificação de valores que permearão todas as nossas emoções e relações futuras.
Esses valores ficam sedimentados e dificilmente serão postos a prova dadas às situações vivenciadas. São essas relações, esse afeto positivo, que nos encoraja. São nessas construções que devemos nos apoiar enquanto educadores.
Devemos avaliar nossas práticas docentes e verificar onde, domo e quando estamos disparando esse gatilho que será o gatilho construtor, que formará alunos capazes, motivados e felizes.
É esse gatilho que acionará o dispositivo troca, tão indispensável à relação ensino/aprendizagem e que nos colocará professores acessíveis e em igual parâmetro com nossos alunos, uma vez que ensinar também envolve aprendizagem.
Porém, há uma nuance negativa da palavra afeto, que não pode ser considerada irrelevante, uma vez que ao dividirmos o afeto, está à mesma proporção que a primeira significação.
O afeto negativo é a base massificadora da baixa auto-estima, é a construtora de relações negativas, é a válvula motora para a construção da desigualdade. Afeto é o eu afeta!
Esse lado sombrio do afeto é o gerador das misérias humanas, é o destruidor das relações subjetivas, é o fator impedidor da re-significação, é a muralha da exclusão, é a instauração da escravidão intelectual.
Nossa prática educacional deve estar pautada em uma análise dos pesos e das medidas de nossos atos.
Temos o compromisso com a educação e que essa seja feita com afeto, uma vez que é através do afeto que construiremos valores, que solidificarão as bases das construções humanas.
Só com afeto conseguiremos motivar e encorajar nossos alunos para uma vida autônoma, segura, e sem fronteiras

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O QUÊ E COMO AVALIAR?




Não é suficiente diante de tanta informação que brota a todo instante de uma sociedade globalizada e altamente informatizada, dizermos que os moldes de avaliação até então utilizados pelos nossos professores ainda continuam suficientes e que avaliam melhor o desempenho de nossos alunos quanto aos desafios da educação.
Nossos alunos não podem mais serem considerados máquinas registradoras de informações apenas, uma vez que as informações recebidas são altamente mutantes e acompanham a rápida evolução mundial ante a globalização.
Enquanto professores, devemos buscar maneiras novas de ensinar, precisamos ser conscientes do verdadeiro papel da educação, que muito mais que darmos informações prontas e formalizadas, precisamos nos adaptar às mudanças rápidas de conceitos antigos e obsoletos.
Nossas escolas precisam ser muito mais que mesas e cadeiras, mas ambientes de formação e essa formação deve ser multidisciplinar e amplificada.
Não podemos mais fazer nossos alunos apenas se alimentarem ou se alienarem apenas com conceitos pré-fabricados – precisamos levá-los a uma viagem ao conhecimento – conhecimento esse que deve formar cidadãos críticos e participantes, cidadãos capazes de modificar e se modificarem.
À partir dessa colocação, precisamos reformular nossas avaliações e descobri novos caminhos para conduzirmos nossa prática educacional de maneira a garantirmos a potencialização do saber transmitido e a transformação da informação em um saber formador, crítico e suficiente para mudar um antigo e viciado modo de pensar.
Assim, em novos rumos, nossa Educação poderá assumir de fato sua função não meramente de formar números, mas de garantir a cidadania e a responsabilidade social.
Somos nós, na qualidade de professores que estamos à frente dessa nova empreitada, para isso devemos ter consciência de que somos os capitães dessa nau que se lança em mar aberto.

domingo, 5 de outubro de 2008

Educação de Jovens e Adultos


Ao se pensar na Educação de Jovens e Adultos, temos que refletir primeiramente sobre os objetivos a serem alcançados com essa educação.

A partir dessa reflexão certamente nos depararemos com algumas dúvidas, que nos colocam frente a uma realidade necessária e urgente.
A educação desses jovens e adultos que em algum momento de suas vidas foram privados desse direito, deve perpassar por temáticas essenciais a dignidade do ser humano em sua totalidade.
É necessário que lhes sejam resgatados seus direitos básicos como cidadãos, direitos esses que se reforçam, pelo simples fator alfabetização.
Um cidadão que ainda está amarrado aos grilhões do analfabetismo, continua escravo do tempo e de sua ignorância - não ignorância de burrice, mas no sentido mais obvio da palavra o do NÃO SABER.
Não saber ler, não saber escrever, saber mal contar apenas os dedos ou os anos que ainda lhe restam de escuridão.
Escuridão sim, porque um cidadão que permanece no analfabetismo, permanecerá na escuridão.
É através da alfabetização que se resgata a dignidade outrora violada porque é de todos o direito de se letrar, e esse deve ser garantido pelo Estado a crianças, jovens e adultos de igual maneira.
Um cidadão alfabetizado galga seu lugar na sociedade, como ser social, ser pensante e capaz de externar suas críticas e suas perspectivas - é um cidadão capaz de modificar sua vida, sua comunidade, a realidade dos que lhe são caros.
Educar, e ser educado, não deve se limitar apenas à inserção no mercado de trabalho, mas deve amplificar horizontes, transformar e inserir.
É através da educação que o sujeito se torna um ser livre, alforriado. Longe das amarras, dos grilhões e dos troncos. Tornar-se um ser pensante, é tornar-se um pássaro, e alçar vôos, que sejam rasantes, enquanto se aprende a voar, mas com perspectivas de alcançar o céu.
Educar, não deve ser apenas uma possibilidade de ler e escrever. Vai e tem que ir muito além desses muros. As palavras nunca devem ser o limite, mas o princípio - básico! inicial e fundamental.
Como professores, devemos cultivar sonhos e criar sonhadores.
A educação é a primeira porta para essa nova realidade, esse novo despertar, porém não deve ser a única, mas a primeira de muitas.
Não posso deixar de citar Freire, toda sua obra e sua coragem.
Devemos, portanto a partir de seu exemplo de humanidade e cidadania, adubar seus ideais, para que os frutos que colheremos com nosso trabalho possa colorir e alimentar vidas.